Joacine Katar Moreira: "A verdade sem eloquência perde a sua força".
Vorph "ги́ря" Valknut
“O discurso é um senhor poderoso que (…) pode banir o medo e apagar a tristeza e instilar prazer e potenciar a piedade. (…) O poder do discurso tem o mesmo efeito sobre a alma, do que a aplicação de drogas sobre os corpos; tal como diferentes drogas dissipam diferentes fluidos do corpo e alguns acabam com a doença e outros acabam com a vida, assim alguns discursos causam dor, alguns, prazer, outros, medo” (Platão, em Górgias).
No seu Tratado (Retórica), Aristóteles atribui às emoções (pathos) um papel fulcral à Persuasão. O pathos define-se como a influência emocional que o orador possui sobre o auditório, sendo tal a sua importância que o filósofo lhe dedica três livros do seu Tratado. Se o objectivo é persuadir o auditório será essencial que o orador seja capaz de desencadear os estados emocionais apropriados, a cada situação, através de um discurso fluído, coerente, eficaz. As emoções, assim, desencadeadas afectarão os julgamentos.
Por outro lado, numa longa secção do, De Oratore (Livro II, 178-216), Cícero discute as técnicas emocionais que retomam as dos antigos ensinamentos gregos. Cícero salienta a importância da voz, dos gestos e da aparência. No mesmo tratado, é reconhecido o poder de um discurso verbal elegante com estilo elevado.
Citando Cícero:
"Note-se que, sem a língua (oratória), o coração (razão) não se manifesta sabiamente".
Rematando, Cícero, conclui:
"A verdade sem eloquência perde a sua força"