Ax+21^÷2y = coisa nenhuma
Vorph "ги́ря" Valknut
Sei que se discute, entre a dita comunidade científica, da possibilidade ou impossibilidade das viagens no Tempo. Recorrem a complicadas fórmulas matemáticas, explicando-as através de carantonhas fechadas, gestos aturados, palavras suadas. Pois vou cometer, aqui, uma pequena grande inconfidência. Há anos que viajo, com a minha mulher, no Tempo. Eis como o fazemos. Enchemos uma banheira de água quente, de seguida despejamos sais ou espuma, não sei bem esta parte da fórmula, e por fim ouvimos uma música descansada (desta última vez optámos por Chopin). Após uns minutos de entrarmos os dois, de estarmos assim, viajamos para um nenhures distante, para lá de Andrómeda e mais além, fugindo às regras da matéria, do espaço, do Tempo, e sobretudo dos Corpos. Se há felicidade, a minha é muito assim.