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B(V)logue de Alterne

Gosto de, sob o Facho, usar a Foice mas, tenho, no Martelo, o meu maior prazer.

B(V)logue de Alterne

Gosto de, sob o Facho, usar a Foice mas, tenho, no Martelo, o meu maior prazer.

01.01.19

...

Vorph "Girevoy" Valknut

Jeffrey Koons (1955) - Balloon Dog (Orange), vendido por 53 milhões de dólares.

Hoje, a Beleza resume-se a uma questão de gosto, e a Verdade a uma questão de opinião. E nesta Relatividade Geral, de gosto e opinião, o Nada torna-se a única constante absoluta.

15 comentários

júlio farinha
01.01.19

Segundo Platão, a opinião pertence ao imperfeito mundo do parecer.A Verdade está longe, muito longe de se atingir através da opinião. Só uma ascese da alma ao mundo do ser onde está a Verdade se pode atingi-la.Caro Pedro,a Verdade não é uma questão de opinião. Não há relativismo algum na captação da Verdade - esta é una e universal. Os caminhos para a encontrar é que podem ser diferentes. O ser diz-se de muitas maneiras.
Vorph "Girevoy" Valknut
02.01.19

Onde vive esse Platão?
Bem desconfiava não ser a verdade deste mundo. Mas se para ela há vários caminhos quem detém o mapa?
júlio farinha
02.01.19

Platão como seu mestre Sócrates viveram neste mundo há muitos anos atrás e disseram coisas que ainda não foram entendidas pelos modernos entendidos que garantem não valer de nada a filosofia. Sócrates que declarou saber que nada sabia tinha a Verdade como meta a alcançar. Mas repito, para Pedro que anda distraído, há muitos caminhos para a Verdade. Diferentes caminhos que bem trilhados através do culto da filosofia e da lógica vão dar ao mesmo. Não há mapa. Quem quiser saber um pouco mais da filosofia leia, se faz favor.
júlio farinha
02.01.19

E creio, caro Pedro, que consegue faz-lo agora que tem quatro olhos.
Vorph "Girevoy" Valknut
02.01.19

Júlio, não perca o sentido do postal. Criticava o relativismo que coloca em pé de igualdade ignorância e saber.
Vorph "Girevoy" Valknut
02.01.19

Sócrates nem a mulher, Xantipa, conhecia. Tales de Mileto procurava a verdade nas estrelas, mas nem se dava conta dos buracos, no chão, nos quais tropeçava, como tão bem lhe lembrou , certa vez, uma ignara escrava. A distância à verdade mede-se em serenidade e não em inquietação diletante.

júlio farinha
02.01.19

Pedro,parece-me que nenhum de nós percebeu o que escreveu no postal. Então não diz que há relatividade na suposta aquisição da verdade? E que é quer dizer quando diz que o "nada torna-se a única constante absoluta" ? E onde quer ir com essa coisa do "diletante".`Serenidade? Sócrates era a pessoa mais serena deste mundo -veja-se o momento anterior à sua morte. Inquietude? O Pedro é que parece ter ficado nervoso com o meu simples e inofensivo questionar. É esta a sua concepção de troca de ideias? Esclareça-me para não haver equívocos. Serei o primeiro a pedir desculpa se o que disse foi mal dirigido.
Vorph "Girevoy" Valknut
02.01.19

Está visto que sarcasmo e ironia, ainda não as sei passar pela escrita. Quanto a ficar incomodado, meu caro Júlio, só o ficaria se me tomasse a sério. E só eu sei o sentido do meu escrito.

O texto é uma crítica às consequências da relativismo moderno, na arte e sobre o que se entende, hoje, como verdade. Contudo é difícil acreditar em Platão, na sua teoria das ideias, quando o Homem envia sondas que pousam em Marte ( a verdade existe também no mundo das formas; Platão aproxima-se da filosofia cristã, duvidando do conhecimento obtido pelos sentidos ). Sócrates não descobriu nada, ele apenas desmontou o que os outros tomavam como verdade, embora tivesse pretensões de a ela chegar - optou pelo suicídio. Admiro mais Diógenes de Sinope, um filósofo que viveu como pensou.
Vorph "Girevoy" Valknut
02.01.19

Olhe porventura estará o Júlio certo e eu não. Não volta a verdade que importa é pessoal, local e não universal. E quem pretenda chegar a esta última, ou louco, ou filósofo

Abraço
Vorph "Girevoy" Valknut
02.01.19

"Na volta a verdade que importa é pessoal..."

Muitos têm morrido e matado em nome das verdades absolutas...as chamadas verdades etéreas, falhas de argumentos, mas atestadas de paixões e sentimentos. De premonições....violentos foram todos aqueles que pretenderam tornar sua a verdade dos outros....

Estou baralhado....talvez seja dos olhos a mais...
Vorph "Girevoy" Valknut
02.01.19

A verdade de algo afere-se pelos resultados. Veja no que deram Dionísio II de Siracusa, aluno particular de Platão e Alexandre Magno, aluno particular de Aristóteles. Assim , Sócrates pretendendo conhecer a verdade, nem conhecia a mulher,que lhe batia, Tales, nem o chão que pisava , Aristóteles e Platão, nem os reis que ensinavam. Nietzsche acabou louco na sua filosofia do super-homem. Schopenhauer encheu-se de fel, como Kant ( quanto mais próximos de verdade mais fácil nos deveria ser o sorriso despretensioso, próprio dos seguros de si).

Talvez o filósofo esteja mais perto da verdade quando se preocupa mais em mudar-se a si próprio e não o mundo (só as revoluções interiores terão bons resultados).
Recordemos Pilatos quando compadecido por Cristo, tentando demovê-lo de seu sacrifício, em nome da Verdade, lhe pergunta: Verdade? O que é isso, a Verdade?
júlio farinha
02.01.19

Reconheço a sua erudição e sinto-me longe dela.Não tanto pelos conteúdos mas mais pelas formas. Nos seus comentários à mulher de Sócrates as suas alusões eram dignas do Correio da Manha. Acredita mesma nos sofistas aonde se inspira para dizer que o filósofo se suicidou? Acha que Platão e muitos dos seus contemporâneos mentiram? O Pedro deve nutrir uma grande admiração por Aristófanes, não é? Isso é lá consigo. Eu prefiro os textos à fofoca. De resto não vejo razão para não continuarmos amigos.Abraço.
Vorph "Girevoy" Valknut
02.01.19

Confesso, admiro Aristófanes.

Quanto ao suicídio foram dadas, a Sócrates , outras possiblidades , que não a cicuta. Na realidade Sócrates desprezava a vida, pois não achava nela nada de sério (nem a amizade; nem o amor). Era um relativista, questionando tudo. Um iconoclasta. O desprezo de Sócrates pela mundanidade é aferido na última frase por ele expirada : Criton, não te esqueças que devemos um galo a Asclépio.

Quanto às ideias subversivas, ensinadas por Sócrates, veja a história de Alcibiades e Critias. Dois estudantes, socráticos, que por breves momentos reinaram em Atenas , instituindo um reinado de Terror - o amor à verdade suplanta o amor ao indivíduo comum. ( tal como aconteceu com Dionísio de Siracusa)

Quanto à amizade:
Não pretendo conhecer quem não sabe escutar, pensar e se for caso disso, mudar....cheguei a admitir, porventura, estar eu errado. Que sei eu? Vou botando pensamentos, burilando-os e muitas vezes abandonando-os. Nisso sigo Sócrates: Só sei que nada sei!
júlio farinha
02.01.19

Sem comentários.
Vorph "Girevoy" Valknut
02.01.19

Não, não, Júlio. Antes cem comentários.

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